Oi mamães, eu precisava escrever sobre isso por dois motivos.
- O meu filho sofreu (e ainda sofre) muito por causa do leite de vaca.
- Eu tive muita dificuldade há 1 ano e meio atrás para achar informação sobre o assunto, que diferenciasse as duas coisas. Tive muita dificuldade para entender a diferença e hoje em dia ainda vejo muitas mães com essa dificuldade.
No histórico familiar do meu bebê nós temos um pai (meu marido – o Papai Tagarela) que teve alergia à proteína do leite de vaca (APLV) quando bebê, até 1 ano de idade ou um pouco mais, que mal engolia o leite e vomitava jatos (segundo a minha sogra). E temos um avô (meu pai – o Vovô Tagarela), que até hoje tem intolerância à lactose (IL).
Meu filho sofreu muito com refluxo grave e teve e ainda tem alguns episódios de diarreia até hoje. Diarréia sem sangue mas com muco. Eu ainda não descobri qual dos dois problemas ele tem com o leite, mas em breve iremos ao Brasil e levarei ele a uma alergista para fazer o exame de sangue. Porque antes de um ano só por exclusão, agora que ele tem 1 ano e meio, ele poderá fazer o exame de alergia.
Aqui em casa eu substituo em parte o leite de vaca por leite de amêndoas e tem dado certo.
Vamos entender a diferença?
Alergia à proteína ao leite de vaca: Geralmente chamado pela sigla APLV, a alergia ao leite se dá por uma resposta alérgica do organismo do bebê a proteína que existe no leite da vaca (ex: caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina). É o mais comum de acontecer com bebês do que a intolerância, principalmente bebês que fizeram uso do leite de vaca muito cedo. Perto de um 1 ano de vida 50% dos casos a alergia cura, e 90% dos casos vão se resolver até os 3 anos de idade. O alérgico ao leite de vaca não pode consumir nada que tenha leite de vaca nem derivados que passa mal. A contaminação cruzada também pode acontecer, por exemplo, uma colher que já foi usada para mexer o leite, mesmo tendo sido lavada, não pode ser usada para fazer comida do alérgico.
- Resposta alérgica do organismo à proteína do leite de vaca
- Geralmente passa com 1 ano de vida
- É mais comum de acontecer com bebês do que a intolerância
- Não pode consumir nada de leite de vaca que passa mal
- Tem que tomar cuidado com contaminação cruzada
Intolerância à Lactose: A lactose é o açúcar do leite. Nada tem a ver com a proteína. Nesse caso o organismo tem dificuldade em digerir a lactose, que acontece por causa da diminuição ou da ausência de lactase (que é a enzima que digere a lactose). O intolerante geralmente sente mal estar, mas não passa mal como o alérgico. Geralmente não acontece com bebês e sim com adultos (idosos na maior parte). O intolerante até consegue consumir leite de vaca em pequenas quantidades. Muitos intolerantes somente reduzem o consumo do leite de vaca e vivem bem assim. Não tem cura, a pessoa vai conviver com isso para o resto da vida.
OBS: É comum durante uma diarreia ou alguma doença inflamatória do intestino acontecer de ficarmos temporariamente com deficiência da lactase e ter uma intolerância à lactose temporária.
- O organismo não digere o açúcar do leite (lactose)
- Vai conviver com isso para o resto da vida
- É muito raro acontecer com bebês
- Consegue consumir leite de vaca, mas o ideal é evitar
- Não precisa se preocupar com contaminação cruzada
Quando alguém diz que tem “alergia à lactose” está equivocado, porque a alergia é uma reação à proteína e a lactose é um açúcar. Ninguém tem alergia à lactose.
Cuidado: Alguns alimentos que se dizem isentos de lactose, podem conter a proteína do leite e por isso não servem para crianças que tenham APLV.
Eu indico uma página no Facebook chamada “Põe No Rótulo” que é uma campanha para conseguir com que as fábricas de produtos alimentícios sejam claras nas embalagens de seus produtos, o que é muito importante para quem tem alergia alimentar.