Se For Pra Ser Cesárea, Que Seja Humanizada

Se For Pra Ser Cesárea, Que Seja Humanizada

cesarea humanizada do eric mamae tagarela
Eric vindo ao mundo e os médicos esperando para cortar o cordão umbilical.

Oi mamães e futuras mamães, já ouviram falar de cesárea humanizada? Pois é, até alguns meses atrás eu não sabia que isso existia. A humanização não está presente apenas no parto normal, pode estrar presente na cesárea também. Humanizar é respeitar e valorizar a mamãe e o bebê, e infelizmente isso nem sempre acontece no parto normal, muito menos na cesárea.

Para quem acompanha aqui o blog sabe que o meu filho nasceu de cesárea. Infelizmente eu não tinha ouvido falar em cesárea humanizada antes, senão exigiria que ela fosse completamente humanizada, mas pelo menos ela foi humanizada em vários aspectos, por sorte talvez?

A idéia desse texto é informar e nunca julgar, ok? Porque eu não tive acesso a esse tipo de informação e gostaria de passar essa informação a frente.

Outro dia li uma coisa muito sensata que a Shirley do Macetes de Mãe falou na página do Facebook dela e vou transcrever abaixo porque concordo com cada vírgula:

Se na linguagem médica cesárea não é parto, na linguagem que o coração entende é sim. Cesárea, ao colocar um filho no mundo, cercado de desejo e de muito amor, é com certeza um parto. Não tem porque querer se ater ao que a linguagem médica diz ou deixa de dizer quando o sentimento fala muito mais alto. Para mim, essa discussão de parto normal, natural, humanizado ou cesárea só tem fundamento quando a mãe quer entender os benefícios de cada uma dessas opções e escolher o que é melhor para ela e para o bebê. Fora isso, se for para julgar, recriminar ou apontar o dedo, não faz o mínimo sentido.

Então se você está entrando aqui para julgar eu peço que vá embora, aqui não é o seu lugar. Sempre deixei claro desde o início que aqui não tem espaço para julgamentos e que a minha intenção é e sempre será informar.

Como foi comigo:

As características de humanização da minha cesárea foram: eu não fui sedada e nem fui amarrada. Eu participei, conversei (falei pelos cotovelos na verdade), o lençol que fica na frente do rosto da mãe foi abaixado para eu acompanhar a retirada do bebê. O bebê foi retirado bem devagar. O corte da cesárea foi bem baixo, o mais perto possível de onde seria a via natural de parto. O corte também foi bem pequeno (tanto que o bebê foi passado bem devagarzinho pelo corte, por estar com 500g a mais do que o US acusou). A luz da sala não estava forte, salvo a luz da mesa cirúrgica. A médica esperou um minuto antes de cortar o cordão umbilical. O bebê foi enrolado em uma toalha (Ou era um lençol? A emoção naquele momento é tanta que nem me lembro) e foi colocado no meu colo. Me deram a opção de levar um CD com músicas calmas e relaxantes mas nem lembrei de fazer o tal CD pra levar.

Além disso tudo que eu falei, uma cesárea humanizada também respeita o tempo da criança. A mãe espera entrar em trabalho de parto para aí sim fazer a cesárea. Quando se entra em trabalho de parto a criança está pronta para vir ao mundo. Os pulmões estão formados, por exemplo. No caso do meu filho, eu não esperei esse tempo (e me arrependo demais) e acho que por isso ele teve um problema de refluxo que poderia ter sido evitado ou reduzido caso eu tivesse esperado o tempo dele. Meu filho nasceu com 39 semanas e 2 dias.

Conheça os 8 motivos de esperar a hora do seu bebê nascer.

Gente, eu entendo que existem casos que não dá para esperar e tem que fazer a cesárea antes é uma questão de salvar a vida do bebê. Então nem sempre dá para esperar. Mas muitos outros casos dá pra aguardar o tempo do seu bebê e isso é o melhor que você pode fazer por ele.

Outra característica é a temperatura da sala. Na cesárea humanizada a sala não é fria e a temperatura fica entre 24 e 26 graus celsius, além da luz da sala também poderá ser reduzida para proporcionar conforto à mãe, claro que na medida do possível já que a luz acima dos médicos deverá sempre ser forte para que eles enxergarem bem o local da cesárea.

Outra coisa que você pode exigir é que seu filho seja entregue logo à você e que você possa amamentar na primeira hora de vida, para só depois ele ser levado para verificar peso e medida.

Mesmo na cesárea faça um plano de parto e exija que ele seja respeitado. Se quiser também poderá contratar uma doula e leva-la com você para a sala de parto.

É claro que o parto normal é melhor tanto para a mamãe quanto para o bebê do que uma cesárea. Caso não seja possível, pelo motivo que for, exija uma cesárea humanizada. Vai ser melhor para você e para o seu bebê.

Algumas pessoas dizem que não existe cesárea humanizada pelo simples fato de que no caso do parto normal a protagonista é a mulher e no caso da cesárea o protagonista é o médico. Eu penso diferente, pois tornar algo humano é tornar algo mais respeitoso não importa o protagonista. Algumas outras dizem que só o fato de ter cirurgia no meio já não é algo humano (apareceu um rapaz na página da Mamãe Tagarela no Facebook dizendo isso, acreditam?). Então humanos não se submetem a cirurgia? Hahahaha… ah desculpa, mas cada comentário que eu só faço rir né?!

Vamos dar uma olhada no quadro comparativo entre a cesárea comum e a cesárea humanizada. É só clicar para ampliar.

cesarea humanizada

12 thoughts on “Se For Pra Ser Cesárea, Que Seja Humanizada

  1. Atendimento humanizado = baseado em evidências. Não é luz, não é temperatura, não é lençol abaixado. Uma cirurgia feita sem real indicação e fora do tempo do bebê não vai se transformar em humanizada pq tinha música relaxante tocando. Pode ter um atendimento diferenciado como foi relatado. Mas não é isso q define a humanização do parto.

    1. Acho que voce não entendeu, aqui não é para julgar. Parto humanizado é uma filosofia, um conceito, todo parto deveria ser humanizado. Então sim, dá pra fazer parto humanizado na cesárea.

    2. Não concordo, humanização e poder fazer pela pessoa que ela se sinta o mais confortável segura e tranquila sim na hora dela do modo que ela escolheu seja cesária ou normal e sim todos esses cuidados na sala faz toda a diferença sim pois já estive dos dois lados, e ser tratada como um ser humano com cuidados na cesária e muuuito bom!

  2. Oi! Li seu texto e agradeço pelas informações.
    Queria só te dizer que meu primeiro filho nasceu de cesária, com 40 semanas, depois de 10 horas de trabalho de parto, e também sofreu muito com refluxo. Então, não se culpe, talvez não seja por que vc não esperou o trabalho de parto que seu filho teve problema com refluxo.
    Agora estou com 31 semanas de gestação e ainda não decidi meu tipo de parto. Abraço!

    1. Acredito que humanizado é sinônimo de respeitoso. Eu gostaria de participar de todos os passos do meu parto, seja ele normal ou cesárea mas uma amiga optou pela sedação. Neste caso, estar sedada foi humanizado para ela, pelo simples fato de que ela foi respeitada. O respeito à mãe e ao bebê é o que caracteriza o parto humanizado. Eu acredito nisso!

  3. Mt belo seu relato de parto… Mas infelizmente existe uma má apropriação do termo humanização, que nesse caso é sinônimo de protagonismo. Uma cesárea, eletiva ou não, se distancia e muito do processo fisiológico, natural e de protagonismo do parto. Pode ser dito que houve um parto respeitoso e de exímios cuidados, mas não humanizado, não existe “cesárea humanizada”.

    Abs. =)

  4. Meus três filhos nasceram através de cesáreas. O mais velho estava atravessado e não foi para a posição após 3 dias em trabalho de parto. A 2a estava com redução da frequência cardíaca durante as contrações e a última foi com data marcada em função das 2 anteriores. Na do meio foi tanta correria que o médico retirou-a do meu ventre com a bolsa intacta, e estourou em cima de mim. Ainda lembro a sensação da água morna me encharcando. Lamento não ter tido parto normal, mas meus filhos foram sempre muito amados e desejados. Não me sinto frustrada, passamos pelo que tínhamos que passar. Foi decisão médica, não por queres escolher datas ou outros motivos fúteis. Infelizmente não dá pra ser sempre como a gente quer. Gratidão à medicina. Se não fosse à cesária, meu filho não estaria vivo e, provavelmente, nem eu. Na época ainda não havia essa noção de humanizar o parto. Gratidão a essas pessoas que estão despertando para isso.

    1. Gratidão você, Lúcia, por falar o que eu preciso ouvir. Minha filha não nasceu do meu desejado parto normal, nasceu de uma cesárea de emergência após quase 24hs de TP. Eu já sabendo de algumas coisas, eu exigi um certo respeito nesse momento e fui atendida. Além da minha filha não ser aspirada, não teve colíria de prata (aqui na Irlanda não usam) e usamos vitamina K líquida. Um beijo

  5. É logico q existe cesarea humanizada pois estamos falando de parto humanizado. Se é cesarea ou normal, é um outro assunto. Mas a humanizacao do parto consiste em primordialmente o respeito c a mae e c o bebe. Otimo depoimento. Denise, gestanye d 38s e 3d e q ainda nao sei como sera o parto do meu Rafael.

  6. Thata.. minha filha nasceu de cesárea, mas conseguimos esperar o sinal dela, apesar de ser com 34s. Mas realmente a mulher se torna somente um pedaço de carne. Pretendo ter outro filho, tentar parto normal, mas se for necessário vamos para a cesárea, mas dessa vez quero a humanizada..
    Muito obrigada e desconsidere os comentários desnecessários. Tu faz um trabalho maravilhoso! Parabéns

  7. Meu filho nasceu de cesárea e posso dizer que, apesar do leve mau-estar que os medicamentos deram, foi tudo lindo e emocionante.
    Ele nasceu num Hospital Amigo da Criança (tanto é que é proibido levar chupetas e mamadeiras, para incentivar a amamentação). Tem salas de parto normal e cesárea separadas, a sala de parto é equipada com bola, banquinho, cavalinho, chuveiro, banheira…
    Mas, infelizmente, com 40 semanas, meu filho não nasceu sozinho e marquei a cesárea.
    No dia marcado, comecei a entrar em trabalho de parto, mas como já estava tudo agendado e a minha obstetra era adepta à cirurgia mesmo, foi na cesárea.
    Fui “amarrada” sim, mas me explicaram que pode ser que o braço “caia” e puxe os tubos e tudo mais.
    O anestesista foi maravilhoso! Antes da anestesia expliquei que, na última raquidiana que fiz, fiquei com dores de cabeça (e nesse pós-cirúrgico não tive uma dorzinha). O rapaz era um palhaço, fazia piada de tudo.
    A pediatra (plantonista) também foi um amor! Marcou o pezinho do meu bebê no braço do meu marido. Até hoje é ela que atende o meu filho.
    Depois que o bebê nasceu… Ainda bem que fizemos a cirurgia. Já tinha mecônio e líquido amniótico reduzido. Poderia ter dado complicações.
    Do mais foi isso. Ele teve cólicas até os quatro meses, mas nada de refluxo.

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