Autismo Infantil: Relato de uma mãe!

Recebi esse relato de uma querida leitora, que compartilhou conosco um momento bem delicado de sua experiência no processo diagnóstico de autismo infantil seu filho.

Acompanhe abaixo seu relato:

Não negue o diagnóstico de autismo de sua criança

Autismo Infantil: Relato de uma mãe no processo diagnóstico.
Diagnóstico é libertador!

Ainda lembro a primeira vez que pisei em uma clínica multidisciplinar com o meu filho.

Para quem não sabe, a clínica multidisciplinar é um espaço que reúne vários profissionais para cuidar de um diagnóstico e, no nosso caso, eram todos relacionados ao TEA: Fonoaudiólogas, psicólogas, terapeutas ocupacionais etc.

Fomos parar lá depois de passar por um neuropediatra e, esse, encaminhar meu filho, que ainda era um bebê de um ano e meio, para terapias, pois, havia uma suspeita de autismo infantil.

Crianças corriam de um lado para o outro, balançavam os braços, algumas choravam porque não queriam entrar na sala ou, talvez, por conta do excesso de estímulos.

As mães conversavam entre si ao mesmo tempo que tentavam conter suas crianças.

Eu fiquei sentada ali, em silêncio, tentando identificar padrões. Naquela época, para mim, todo autista era igual ao outro e o meu bebê risonho não corria, não chorava.

Logo, não fazia muito sentido a gente estar ali. No fundo, eu esperava só a psicóloga vir me dizer que o neuropediatra estava equivocado, que o lugar do meu filho não era ali e mandar a gente para casa. Em uma das idas à clínica, eu estava tendo um dia ruim no trabalho e, enquanto aguardava meu filho sair da sala, ouvi uma das mães falando sobre o bullying que o filho dela sofreu. E que a escola o deixava sozinho em um canto. Que ele não participava das aulas, não tinha amigos.

Eu não consegui controlar minhas lágrimas

Dessa vez, eu não consegui fingir que não ouvia a conversa e comecei a chorar. Só de imaginar aquilo acontecendo com meu bebezinho me deu um desespero absurdo. Somado ao fato de eu estar tendo um dia ruim, explodi em lágrimas.

Depois desse dia, eu deixei de lado o meu papel de espectadora para também participar do ambiente e das conversas com outras mães. Fui ficando mais familiarizada ao lugar, conhecendo mais sobre o autismo.

Aprendi sobre comorbidades de autismo infantil porque o filho de uma das mães tinha TOD. Assim, pude aprender sobre síndromes que eu nem sabia que existiam, porque o filho de uma amiga (sim, eu fiz amigas!) tinha uma síndrome rara.

Nessa jornada aprendi que nenhum autista é igual ao outro. O suficiente para entender quando uma profissional tinha uma conduta errada – Vale lembrar que antigamente era “normal” querer tirar estereotipias, por exemplo. E, nesse cenário, poder defender meu filho.

Foi aceitando, estudando e vivendo o diagnóstico que pude ajudar meu filho com as suas dificuldades.

Hoje, 3 anos depois da primeira vez que levei meu filho para a terapia, entendo a importância do diagnóstico. É uma delícia ver meu filho se desenvolver, ter suas dificuldades respeitadas e acolhidas e seus sentimentos validados.

E venho aqui dizer a você que não finja não estar vendo as dificuldades quando elas estiverem lá, não diga que as limitações da sua criança são “frescuras”. Não encare atrasos com a falsa justificativa de que cada criança tem seu tempo.

Procure um profissional especializado

Busque avaliação profissional. Não negue o diagnóstico à sua criança. Ele liberta!

Conheças mais relatos como esse nesse artigo Cinema e Autismo: Dicas para criança autista.

Deseja participar também? Envie um e-mail para contato@familiatagarela.com.br e escreva sua história, relate uma dificuldade, compartilhe uma experiência incrível que viveram. Queremos conhecer as mães atípicas que habitam esse pequeno universo aqui.

Até mais, beijo!

Thata.

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