Obesidade Infantil – Tudo o Que Você Precisa Saber

Obesidade Infantil – Tudo o Que Você Precisa Saber

Obesidade Infantil - Tudo o Que Voce Precisa SaberA obesidade é considerada uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo de gordura no organismo, que atinge vários países e todas as faixas etárias. A Organização Mundial de Saúde aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que em 2025, 75 milhões de crianças estejam com sobrepeso e obesidade em todo o mundo, caso nada seja feito para mudar isso.

A última pesquisa oficial realizada pelo IBGE em 2008-2009 já apontava um movimento crescente da obesidade no Brasil. Outros levantamentos, hoje, indicam que mais de 50% da população está acima do peso.

Na região sudeste, segundo a mesma pesquisa, o excesso de peso em crianças de 5 a 9 anos estaria, no período, em torno de 38,8%, nos adolescentes entre 10 e 19 anos em 22,8% e nos adultos em 50,45%.

Não existe apenas uma causa que explique o perfil atual do estado nutricional da população, mas sim inúmeros fatores: alimentação inadequada, sedentarismo, genética, influência da mídia, falta de informação, entre outros, que vêm se acumulando ao longo do tempo. O estilo de vida das pessoas se modificou e trouxe consequências graves para a saúde.

Alimentos ricos em açúcar e gordura e pobres em nutrientes importantes, que antes eram oferecidos em ocasiões especiais, hoje fazem parte da rotina alimentar das pessoas. Os produtos ultraprocessados saem na frente dos alimentos in natura ou minimamente processados, e estão sempre presentes na mesa do brasileiro.

A inatividade física é também um destaque no estilo de vida da população. Os adultos priorizam a praticidade, e a modernidade permite que as atividades realizadas no cotidiano não gastem tanta energia. Já as crianças, têm deixado de lado brincadeiras mais ativas e dado prioridade ao computador, a televisão e ao videogame.

A mídia também exerce influência importante para o quadro de excesso de peso. A publicidade de produtos processados e ultraprocessados colaboram para um cenário obesogênico, que torna as escolhas saudáveis mais difícieis.  No caso das crianças, as propagandas vinculadas a desenhos animados e filmes do momento tornam esses produtos ainda mais atrativos.

Muitas vezes, o consumo de produtos industrializados que não trazem benefício algum para a saúde de todos, crescimento e desenvolvimento infantis ocorre pela falta de informação ou por ela estar inadequada ou disfarçada. A indústria sabe exatamente como transformar a imagem de um produto para que ele se torne “mais nutritivo” e menos prejudicial aos olhos do consumidor.

Antigamente o excesso de peso era visto como um problema exclusivo dos adultos, atualmente atinge pessoas cada vez mais jovens, inclusive as crianças pequenininhas.  Observa-se lactentes, com nem um ano de vida, já acima do peso pela introdução inadequada da alimentação complementar, desmame precoce, oferta de alimentos com “calorias vazias” ou a associação de todos esses fatos.

Se não refletirmos sobre nossas ações e escolhas diárias, esse quadro de excesso de peso pode  se transformar numa bola de neve. Na gestação, o bebê já começa a formar seu paladar, conhecer os alimentos e a estocar suas reservas nutricionais, ainda por dependência materna. Ao nascer, continua esse processo a partir do aleitamento materno e pela introdução correta da alimentação complementar.

A apresentação e a oferta de produtos industrializados, desnecessários à saúde da criança, sendo evitadas e prorrogadas pelo máximo de tempo possível torna o ambiente infantil menos obesogênico. Se a criança não sabe como é, não sente falta. Deixar esse consumo para ocasiões sociais e culturais é fundamental. A criança não vai se isolar das festas com amigos ou dos encontros de família, mas também não vai tornar o consumo desses produtos com “calorias vazias” uma rotina diária.

Já é bem esclarecido que uma criança obesa tem maiores chances de se tornar um adulto obeso. Então, se o estilo de vida for adequado desde a infância maiores também são as chances do adulto carregar os bons hábitos para toda a vida. Lembrando que o estilo de vida inclui não só a alimentação, como também outros aspectos: exercícios regulares, recreação, relações no trabalho ou escola e envolve diferentes áreas do indivíduo: física, mental, social e espiritual.

Reduzir a prevalência da obesidade no Brasil e no mundo tem sido muito difícil,  que, no momento, mantê-la e evitar seu aumento é uma grande vitória. Como foi relatado, o número de crianças com excesso de peso é alto e como consequência disso, grande parte delas já apresenta alguma doença associada a esse estado nutricional.

Doenças que antes eram ditas de adultos ou idosos, como diabetes e hipertensão, tornaram-se comum no universo infantil podendo ser arrastadas ao longo da vida e gerando ao longo dos anos maiores prejuízos à saúde.  Outros problemas que podem também aparecer são os respiratórios, nas articulações, as dislipidemias, a depressão e até mesmo o câncer.

Quando essas complicações já estão instaladas, combatê-las se torna mais difícil. Dessa forma, temos que promover hábitos de vida saudáveis, prevenir o aparecimento de problemas e não esperar a doença se instalar para trata-la.

A obesidade vem crescendo em proporções epidêmicas e o que parece é que as pessoas ainda não a encaram como uma doença e um grande problema para a saúde. Para combatê-la é preciso, antes de tudo, entender sua gravidade. A partir disso, iniciar as ações apropriadas que estejam ao nosso alcance, desde a gestação, continuando pela infância e por toda a vida. Quando os hábitos saudáveis são construídos de forma natural e consciente, todo esse enfrentamento fica mais fácil.

Foto: Scary Mommy

priscila e anna nutriped nutricionistas infantil no mamae tagarela

 

Priscila La Marca Pedrosa e Anna Carolina Ghedini escrevem artigos para o Mamãe Tagarela.

Priscila e Anna Carolina são nutricionistas nas áreas infantil e gestacional.

Conheça a página delas, NutriPed, no Facebook.

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