Adaptação Escolar – Dicas de Especialista

Adaptação Escolar – Dicas de Especialista

Começo de ano e muitas crianças indo para a escola pela primeira vez e a adaptação escolar preocupa.

As escolas estão preparadas para acolher as demandas individuais das crianças?
Esta é uma boa pergunta, afinal de contas sabemos que há aquelas crianças que dão “tchau” para o responsável, mas há também outras que querem mesmo é ficar no colinho do seu cuidador. Aqui chamarei este cuidador de mãe, mas sabemos que este papel é de todo aquele que exerce a função de afeto e vínculo com a criança.

Pois então… vamos falar um pouco sobre vínculo?
O vínculo, quando bem fortalecido com a criança, tende a mostrar para a mesma que ela pode confiar no mundo externo.
O vínculo começa a ser formado antes mesmo da criança nascer, ou seja, na vida intrauterina, quando o bebê já vai sentindo se é ou não desejado.
Após o nascimento, conforme essa relação vai sendo alimentada, o bebê vai ou não ampliando a sua segurança no mundo. Estudos mostram que aqueles bebês que tiveram cuidadores atentos às suas demandas tenderam a ser mais seguros. É nos primeiros anos de vida que o sentido de segurança está fortemente atrelado ao de confiança básica. Como assim? A mãe é para a criança a pessoa mais confiável. Quando entregue a alguém da confiança da mãe, a criança, pouco a pouco, aprenderá formas de se confortar na ausência da mesma. É como se os cuidadores “substitutos” fossem autorizados pela confiança básica que a criança tem na figura materna.

Só que aos 4 meses, quando muitas vezes a mãe precisa retornar ao mercado de trabalho, o bebê ainda não entende direito a sua ausência. Muitas vezes, a adaptação é mais voltada para a mãe, que sente muito tal separação.
No entanto, quando o bebê está maior, lá pelos 8 ou 9 meses, ele sente esta ausência de forma mais sofrida. Neste caso, há que se ter bom senso para fazer uma adaptação escolar de forma tranquila para o tripé mãe-bebê-creche/escola.

O ideal é que a adaptação comece em casa. A mãe deixa o bebê sem vê-la por uma hora num dia, com uma pessoa de confiança. Nos dias subsequentes, ela o deixará por duas horas e assim sucessivamente até chegar na quantidade de horas que a criança ficará na creche/escola. O importante é a criança entender que a mãe sai, mas volta. Sua ausência é temporária. Um excelente momento lúdico para ensaiar essas idas e vindas do cuidador é a brincadeira esconde-esconde com o bebê.

Dica imprescindível neste processo é a organização. A mãe que se organiza para este momento de entrada da criança na creche/escola, possibilitará um melhor processo de adaptação.
Marcela, mas por que você está dizendo para a família se organizar? A família deve se organizar porque não são todas as escolas que estão preparadas para receber as crianças pequenas e atender as suas demandas. Não são todas as escolas que sabem conduzir um processo de adaptação. O próprio nome já diz, é um processo.

E para garantir uma criança segura e uma mãe tranquila, é melhor contar com aquilo que a família pode fazer neste processo de entrada na escola.
Um beijo e até a próxima
Marcela Peconick

Marcela Peconick é mãe, educadora perinatal, consultora em amamentação, jornalista e pedagoga com especialização em Educação Infantil e Psicopedagogia. Idealizadora do Espaço Corujona, um projeto educativo para as crianças e suas famílias.

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