Catapora – Tudo Que Você Sempre Quis Saber

Catapora – Tudo Que Você Sempre Quis Saber

Catapora – Tudo Que Você Sempre Quis Saber

  1. O que é catapora?

catapora

A catapora ou varicela é uma enfermidade infectocontagiosa, provocada pelo vírus Varicela-Zoster. Afeta principalmente crianças e geralmente se apresenta de forma benigna, podendo, no entanto, causar complicações mais graves.
Segundo pesquisas, em cerca de 12% dos casos de catapora em crianças podem se manifestar essas complicações mais graves.
O seu período de maior incidência é entre o fim do inverno e o início da primavera.
Do aparecimento das primeiras bolhas até que todas as lesões de pele estejam cicatrizadas a doença se estende, em média, por duas semanas.

  1. É possível contrair a catapora mais de uma vez?

Não, pois uma vez adquirido o vírus, a pessoa torna-se imune. Contudo, o vírus permanece em nosso organismo por toda a nossa vida. Em alguns casos, por diferentes razões, como o estresse ou uma baixa acentuada da imunidade, o indivíduo pode desenvolver o Herpes Zoster, também conhecido popularmente como cobreiro. O vírus pode “acordar” a qualquer fase da vida e fazer surgir dolorosas bolhas pelo corpo, sendo necessário o atendimento médico.

  1. Como se pega catapora?

A catapora é facilmente transmitida de uma pessoa para outras e o seu contágio geralmente acontece pelo contato com líquido da bolha; pela tosse, espirro e saliva ou contato com superfícies e objetos contaminados pelo vírus.
Mãos, vestimentas e roupas de cama, além de outros objetos que possam estar contaminados, devem ser higienizados para evitar a propagação do vírus, especialmente se houver outras crianças ou pessoas que não tenham tido contato com o vírus na mesma residência.

  1. Em qual período a criança se torna mais contagiosa?

A transmissão se dá entre 1 e 2 dias antes do aparecimento das bolhas na pele e até 6 dias após as bolhas se tornarem aquelas casquinhas que vão se descolando. Por ser muito contagiosa, deve-se afastar a criança de creche ou escola e de outras crianças, especialmente bebês.
Em razão de haverem grupos mais suscetíveis a desenvolverem reações mais graves ao vírus, crianças e pessoas com catapora não devem ter contato com recém-nascidos, mulheres grávidas ou qualquer indivíduo que esteja com a imunidade baixa (como pessoas com Aids ou que estejam realizando quimioterapia), que podem necessitar, inclusive, de internação em hospital para tratamento.

  1. Quais os principais sintomas?

Os principais sintomas da catapora são as manchas vermelhas e bolhas que se espalham sobretudo no rosto, tronco e couro cabeludo. Mas a doença também pode ser acompanhada por mal estar, cansaço, dor de cabeça, perda de apetite e febre baixa.
As bolhas inicialmente são cheias de um líquido claro que progressivamente escurece até que as bolhas começam a secar, formar a casquinha e então a pele começa a cicatrizar. Nesta fase, quando começam a secar, há muita coceira e o contato das unhas, além de provocar cicatrizes, pode levar a infecções, em razão das bactérias presentes nas unhas.

  1. A catapora pode ser grave?

Sim. Embora seja comum pensarmos na catapora como uma doença infantil inofensiva, ela pode sim apresentar-se de forma grave, levando inclusive à morte. O vírus pode atingir qualquer órgão e provocar complicações respiratórias, neurológicas, respiratórias, cutâneas, hepáticas, gastrointestinais, entre outras. Infecções respiratórias e na pele são, segundo pesquisadores, as mais comuns entre essas complicações.
A maior parte dos óbitos e complicações graves relacionadas ao vírus ocorre em crianças menores de 4 (quatro) anos. Por isso, a vacinação é tão importante.

  1. Tratamento para catapora

No tratamento da catapora, em geral, são utilizados analgésicos e antitérmicos, para aliviar a dor de cabeça e baixar a febre, e anti-histamínicos (antialérgicos) para aliviar a coceira. Tudo, obviamente, sob orientação médica. O uso de analgésicos e antitérmicos à base de ácido acetilsalecílico (AAS) é contraindicado e pode provocar problemas graves. Banhos apenas com água e sabão para higienizar o corpo e recomendam-se compressas de água fria para diminuir a coceira.

  1. Vacinar ou não vacinar?

Vou dar a resposta antes da explicação: Sim! Mil vezes sim!
Por quê? Porque a vacinação é um pacto coletivo para a erradicação de doenças. O que isso quer dizer? Significa que aqueles que têm acesso às vacinas (seja porque estão na idade de se vacinarem, por não terem alergias a algum componente das vacinas, condições financeiras de pagarem pelas vacinas onde não há programas governamentais gratuitos, etc.) contribuem para que esta não se propague e alcance aqueles que não têm acesso ou não podem se vacinar, como os recém-nascidos, por exemplo.
Na verdade, uma alta taxa de imunização, isto é, quanto mais gente vacinada, contribui para a prevenção da disseminação da infecção da catapora e outras doenças transmitidas por vírus. Isso se chama imunidade de grupo e fornece proteção àqueles com maior risco de contraírem uma infecção grave, incluindo gestantes, recém-nascidos, pessoas com o vírus da imunodeficiência humana (Aids) e outras doenças autoimunes, pacientes tratados com altas doses de corticosteroides, entre outros.
Isso é superimportante, especialmente se soubermos que muitas das internações hospitalares ocorrem em crianças muito novas para serem vacinadas, que têm um sistema imunológico ainda em formação e podem sofrer com reações graves e ficarem com sequelas caso desenvolvam a doença.
Assim, se o seu filho ou filha não possui alergias para as quais seja desaconselhável a vacina ou esteja recebendo algum medicamento incompatível com a vacinação, então, a resposta é vacinar! É um ato de amor para com os nossos pequenos e os nossos próximos.
Além disso, uma vez que a criança seja vacinada, estará imunizada por toda a vida. Isso quer dizer, por exemplo, que não correrá o risco de desenvolver o herpes-zoster quando for mais velho.

Quer saber mais sobre a importância de se vacinar? Clique aqui e leia um texto da Mamãe Tagarela sobre o tema.

  1. Quando se vacinar contra catapora?

Na rede pública a vacina contra catapora é aplicada em 2 doses, a primeira aos 15 meses de idade e a segunda para crianças de 4 até 6 anos de idade (6 anos, 11 meses e 29 dias).

Para consultar o calendário de vacinação do SUS, clique aqui.

  1. A vacina contra a catapora

A vacina contra catapora foi desenvolvida no Japão na década de 1970 a partir de uma cepa atenuada do vírus varicela-zoster. Quase todas as vacinas utilizadas atualmente contêm o vírus vivo atenuado varicela-zoster e podem ser monovalentes (apenas contra o vírus da catapora) ou combinadas (também contra o vírus do sarampo, caxumba e rubéola). A aplicação de uma dose da vacina era moderadamente eficaz na prevenção da doença (alcançava 81% de proteção contra o contágio) e altamente eficaz na prevenção de manifestações moderadas e graves da catapora (98%); a aplicação de uma segunda dose aumentava a proteção para 92%. Atualmente, no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS) estão previstas duas doses da vacina contra catapora ou varicela.

  1. A vacinação contra catapora no Brasil e no mundo

As políticas de vacinação diferem de país para país. Em alguns países, como o Brasil, os EUA e a Austrália, a imunização universal foi introduzida há muitos anos e foi acompanhada por redução substancial nos casos da doença.
Em países do continente europeu, por outro lado, não há consenso sobre a política de imunização contra a catapora, alguns como a Alemanha têm programas nacionais de imunização infantil e outros adotam recomendações heterogêneas ou não oficiais e dependem da aceitação da vacinação pelos pais e das recomendações dos pediatras.
No Brasil, as vacinas da catapora ou varicela apresentam-se de forma monovalente ou combinada com a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). A vacina tetraviral só deverá ser administrada aos 15 meses de idade se a criança tiver recebido uma dose da vacina tríplice viral entre 12 e 14 meses. A vacina monovalente é indicada para surto hospitalar a partir dos nove meses de idade.
Desde 2013, o Ministério da Saúde incluiu a vacina tetravalente viral (é uma vacina que protege ao mesmo tempo contra o sarampo, a caxumba, a rubéola e a catapora) no calendário de vacinação para as crianças entre 15 meses e 2 anos de idade, que já tenham sido vacinadas com a primeira dose da vacina tríplice viral (que é a vacina contr o sarampo, a caxumba e a rubéola).

  1. A vacina contra catapora causa reação?

Toda vacina, assim como outros medicamentos, pode causar reações e problemas mais ou menos graves a quem for administrado, como reações alérgicas. Contudo, no caso da vacina contra catapora, os riscos de reações graves ou morte é extremamente raro e, pelas pesquisas que li, é mais seguro do que se arriscar com a doença.
Entre as reações leves que podem surgir estão a sensibilidade e o inchaço no local da aplicação da vacina, febre e erupções cutâneas. Entre as reações mais graves, estão a possiblidade de convulsões provocadas por febre alta desencadeada pela vacina e reação alérgica grave, como urticária generalizada e comprometimentos respiratórios.
Nesses casos mais graves, é preciso buscar o mais breve possível o atendimento médico e comunicar o(a) pediatra da criança o que está acontecendo.

  1. Onde há incidência da catapora?

A catapora é uma das doenças infecciosas mais comuns no mundo e se distribui por todos os continentes, havendo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que atinja anualmente cerca de 140 milhões de pessoas, especialmente crianças.

 

Referências:

1) BOZZOLA, Elena; BOZZOLA, Mauro. Complicações e imunização universal contra a varicela. J. Pediatr. (Rio J.),  Porto Alegre ,  v. 92, n. 4, p. 328-330,  Ago.  2016.

2) Blog da Saúde do Ministério da Saúde.

3) Sociedade Brasileira de Pediatria – Ministério da Saúde recebe apoio da SBP por ajuste na vacinação contra varicela.

Danielle é carioca, mãe da Ana Sofia (que tem a mesma idade da Mia) e madrinha do Eric. Adora ler e escrever, já sonhou em ser jornalista e é formada em História e Direito. Fotógrafa amadora, chocólatra, faz maratona de séries quando a filha vai dormir e com a maternidade percebeu que deseja ajudar a construir um mundo melhor e mais justo para a geração da sua filha. Foi convidada pela Thata para ser escritora oficial do Mamãe Tagarela por ela confiar nas suas pesquisas na área de maternidade.

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