Soluço Em Recém-Nascidos – Quando Devo me Preocupar?

Soluço Em Recém-Nascidos – Quando Devo me Preocupar?

Soluço é muito comum em recém-nascidos e pode ser motivo de preocupação entre os pais, especialmente os de primeira viagem. E pode ser percebido como um dos sinais de que ao nascer o bebê ainda não está completamente desenvolvido e que seus sistemas nervoso e respiratório ainda estão imaturos.

Antes mesmo de nascer, ainda no útero, é frequente que ocorram soluços nos fetos. Isso mesmo, entre os movimentos que a mamãe vai sentir, além dos chutes, estão os soluços! Lembro que a Ana Sofia soluçava tanto, especialmente no terceiro trimestre, que até numa ultra ela apareceu soluçando! Dava para sentir a barriga pulando com os soluços dela.

Afinal, o que é o soluço?

Segundo definem os especialistas, em resumo, o soluço é uma série de contrações espasmódicas, súbitas e involuntárias da musculatura relacionadas à respiração, especialmente do diafragma, que é um músculo que separa o tórax do abdômen. A inspiração brusca de ar, que é expulso em seguida pelo orifício da glote, que foi estreitado pela contração simultânea, origina o ruído característico.Assim, trata-se de um reflexo, de um movimento involuntário, sobre o qual o indivíduo não possui controle. Geralmente é benigno e transitório, isto é, não está relacionado a nenhuma doença e dura apenas alguns minutos ou umas poucas contrações.
De acordo com sua duração, o soluço pode ser classificado em três categorias: ataque de soluço (que dura menos de 48 horas), o persistente (que dura mais de 48 horas e menos de um mês) e o intratável ou rebelde (que persiste por mais de um mês). Sendo o primeiro tipo o mais comum.

Soluço em recém-nascidos

Segundo o médico Dr. Rinaldo de Lamare, os recém-nascidos apresentam grande quantidade de soluços em virtude da imaturidade da coordenação da respiração e da deglutição. Por isso, poderão ocorrer soluços porque o bebê msoluçoamou mais do que deveria ou ingeriu ar junto com o leite, por exemplo.
A imaturidade do sistema nervoso dos bebês também pode estar relacionado com essas frequentes crises de soluço, pois aquele não atuaria adequadamente sobre o diafragma e isso levaria aos espasmos.
A sabedoria popular atribui também ao frio e à umidade (fralda molhada de xixi, por exemplo) o desencadear de episódios de soluços. Não encontrei artigo científico que confirmasse ou se é apenas uma coincidência.

Soluço em crianças maiores

Entre as crianças maiores, que já se alimentam, as causas mais comuns para os soluços são: a ingestão de alimentos muito rapidamente, o consumo de alimentos muito quentes, ingestão de alimentos gasosos (como refrigerantes), a distensão do estômago pela ingestão de ar junto com a comida, entre outras razões.

Tratamentos para o soluço

Se buscarmos na internet ou se indagarmos os nossos familiares, descobriremos que há inúmeros “remédios caseiros” para dar fim aos soluços. Com tantas possíveis soluções, existe mesmo algum eficaz? O que devemos fazer? E no caso dos bebês, como ajudá-los?

Especialmente no caso de bebês menores de 6 meses, não se deve oferecer água ou chás, bastando aguardar que o episódio de soluços passe. É importante saber que o bebê não está sofrendo e não está tão incomodado quanto nós pensamos. Se o bebê for amamentado ao seio, pode ser colocado para mamar, pois isso o ajudaria a relaxar e diminuir as contrações do diafragma.

Ana Sofia soluçava muito, especialmente no primeiro ano de vida, chegando a ter mais de um episódio por dia. A pediatra que a acompanhava sempre nos tranquilizava de que era normal, pois eram passageiros, e a amamentação costumava ajudar a relaxá-la. Então, é algo que recomendo.

Em algumas regiões do Brasil há a crença de que colando um papel molhado na testa da criança ou assoprando o seu rosto o soluço passaria, mas não há qualquer comprovação científica de que dê resultados.

No caso das crianças mais velhas é possível orientá-las a segurar a respiração por alguns instantes e repetir até que o soluço passe ou beber alguns goles de água. Também se diz que respirar dentro de um saco de papel poderia ajudar ou soprar um balão de gás (bexiga), assim como chupar um limão ou dar um susto em que está com soluço. Aliás, o susto eu não recomendaria nem para as crianças e muito menos para os bebês!

Mesmo que não haja comprovação científica, nada impede que a gente tente alguns na hora da crise. Para mim, que também tenho muitos soluços, segurar a respiração e beber goles de água costumavam me ajudar. E vocês, conhecem alguma outra técnica? O que funcionava com seus bebês?

Quando o soluço deve me preocupar?

O soluço normalmente não será motivo de preocupação, porém, como citado anteriormente, ele pode ser classificado em três categorias: ataque de soluço (que dura menos de 48 horas), o persistente (que dura mais de 48 horas e menos de um mês) e o intratável ou rebelde (que persiste por mais de um mês).

O primeiro tipo é bastante frequente, afetando a maioria das pessoas de forma transitória, podendo apresentar de 4 a 60 episódios por minuto e não possui uma função fisiológica conhecida. Não costuma deixar sequelas ou vir acompanhado de outros sintomas, e, por isso, os pais podem ficar tranquilos.

Porém, segundo Pankl e outros, o tipo intratável ou rebelde pode desencadear problemas mais graves, como a desnutrição, perda de peso, fadiga, insônia, e pode inclusive ser a expressão de uma enfermidade subjacente mais grave.

Quando o soluço for destes tipos mais persistentes, e acompanhar outros sintomas, é preciso buscar atendimento médico. Se o soluço durar mais de 24 horas e afetar o sono, especialmente nos bebês, procure um médico.

Embora a maioria dos episódios de soluço se encaixem no primeiro tipo e não deixem qualquer sequela, observe a sua criança e confie no seu instinto. 

 

Você sabia que os soluços eram tão comuns em recém-nascidos? Quer saber outras curiosidades sobre eles? Clique aqui e leia  10 Fatos Incríveis sobre seu bebê que você não sabia.

 

Referências:

DE LAMARE, Rinaldo. A vida do bebê. 43.ed. Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil, 2014.

LLUFRÍO, Pedro del Valle, PACHÓN, Carlos Manuel Ramos. Hipo Persistente como forma de presentación de la enfermedad por reflujo gastroesofágico.

PANKL, Sonia et al. Hipo, un desafío diagnóstico.

Danielle é carioca, mãe da Ana Sofia (que tem a mesma idade da Mia) e madrinha do Eric. Adora ler e escrever, já sonhou em ser jornalista e é formada em História e Direito. Fotógrafa amadora, chocólatra, faz maratona de séries quando a filha vai dormir e com a maternidade percebeu que deseja ajudar a construir um mundo melhor e mais justo para a geração da sua filha. Foi convidada pela Thata para ser escritora oficial do Mamãe Tagarela por ela confiar nas suas pesquisas na área de maternidade.

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