Meu filho Eric vem enfrentando uma fase de pesadelos. Acorda achando que tem zumbi no quarto, sai correndo, gritando, batendo portas e obviamente acorda a irmã. Fizemos um spray anti zumbi. Em uma garrafa de spray, colocamos água e fizemos um rótulo onde aparece um zumbi e um monstro, os dois cortados por um X vermellho. Pronto, ali estava o líquido mágico dele, salvador da pátria e das noites insones.
Funcionou por um tempo. Mas aí ele voltou a acordar de madrugada. E cada vez que ele acorda a irmã acorda junto. Isso vem se arrastando por um mês e já tentamos de tudo. Tentamos homeopatia para ajudar a dormir, tentamos melatonina (porque autistas têm uma deficiência de melatonina).
Estou aqui sentada chorando todo o meu cansaço. Estou aqui sentada desabafando com vocês. Estou aqui sentada repensando toda a minha falta de paciência com os meus filhos. Porque eu tenho sido muito impaciente.
Não dá para ser boa mãe quando se está cansada e eu estou no meu limite de exaustão.
Quando um fica acordado de madrugada e logo volta a dormir, o outro acorda cedo fazendo um clico de revezamento para que a mãe não durma. Não está fácil para mim e claro, não está fácil para eles.
Tomo o meu café todos os dias pela manhã. Café preto forte e amargo. Odeio. Sempre odiei café. Mas depois do segundo filho não tive mais como fugir dele. Ele me sustenta durante o dia e me faz ficar acordada. Ele me tira o sono por algumas horas por dia para eu conseguir fazer com que as crianças sobrevivam. Preciso alimentá-los pelo menos, não é mesmo?
A verdade é que não dá para ser boa mãe quando não se tem ajuda.
Eu moro em outro país, longe da família. Me viro como dá. Pago por ajuda, imploro por ajuda, me viro para eu mesma me ajudar. Tem dia que é puxado e tem dias que são mais leves. Assim eu vou levando, me desdobrando e fazendo o que dá.
E hoje estou aqui chorando porque estou cansada, chorando porque há dias não durmo.
Mas amanhã é outro dia e por hoje eu vou levando e torcendo para que o dia termine logo e que eu possa dormir, nem que seja por algumas horas para eu conseguir descansar.
Thaís Cardoso
Mamãe Tagarela
Thais! Bom dia!
Vou orar por vocês!!!
Sou mae solteira, de um bebê de um ano, ainda não cheguei na fase dos pesadelos, não sei como é passar por isso.
O Eric sendo autista, que demanda mais atenção, devido as particularidades dele, não sei se ele já faz, mas sugiro psicólogo para ele e para você. Sou profissional de educação física, tenho aluno autista, e o relato da mãe não é muito diferente do seu, a terapia ajudou muito.
Procure fazer Eric assistir a desenhos, quando ele assiste, que não tenham mensões a monstros, zumbis e etc, faça-o brincar mais do que assistir, e quando ele brincar, preste atenção se ele encaixa na brincadeira tais personagens, pois isso fica no inconsciente. De forma sadia, tire esses personagens da brincadeira.
Reveze as noites com seu marido! Ele é papel importante nesse momento, gostaria muito de ter o pai do meu filho ajudando quando ele acorda de madrugada, e pode não parecer, mas a figura do pai, ele ajudando talvez faça a diferença.
E, crie o costume de ler a bíblia e orar, com seus filhos antes de dormir. Quando Eric tiver pesadelo, ore com ele, ensine-o a orar, a falar com papai do céu, a acreditar que Deus existe de verdade, mesmo não vendo, diferente de zumbis e monstros. A fase de pesadelo toda criança passa, é o jeito que lhe damos com a situação que ajudará nossos filhos e a nós também. Como disse, ainda não cheguei nessa fase, não sei o que me espera, mas tenho certeza que ler a bíblia, falar com papai do céu, prestar atenção no dia a dia (o que assiste e quias personagens fazem parte da brincadeira), eu farei. No caso da terapia, é porque Eric tem uma condição que necessita disso, e vc também fazer, é parte do processo, ajuda a lidar com essas situações, além de estravazar.
Espero que compreenda minhas sugestões. Estou orando por vcs. Vcs são uma família que milhares de maes aprenderam a amar.
Deus abençoe, a capacite, de força, paciencia, calma, e o quanto antes, te traga a tão esperada noite de sono. Em oração.
Bjs,
Davizinho e Erika