Objetos de Transição: As Naninhas e o Sono do Bebê

Objetos de Transição: As Naninhas e o Sono do Bebê

O que são os objetos de transição, as famosas “naninhas”? Para que servem? São positivas? Devo oferecer ao bebê? Até  quando?
Oi minha amiga! Tudo bem por aí?
Que bom poder estar aqui novamente conversando com você.

Como consultora de sono, esse tema –“ naninhas”- é muito recorrente na minha rotina com as alunas e, por isso já precisei estudar bastante  sobre os “Objetos de transição” .

O que são eles, afinal?
Menina, me lembro que quando me aprofundei nas pesquisas sobre esse assunto, me surpreendi pela complexidade dele!
Nomes como Freud, Lacan e Winnicott já estudaram e debateram sobre isso, sabia?
Ok!Calma …Não estou aqui para te falar de teoria…Só quis te contar de onde tirei as informações que vou te passar aqui AGORA! Vem comigo.

O QUE SÃO OS OBJETOS DE TRANSIÇÃO:
Os objetos de transição são objetos como fraldinhas, bichinhos, cobertinhas, chupetas.
Também podem ser partes do próprio corpo como: dedo, nariz, orelha, cabelo, umbigo.
E ainda podem ser partes do corpo de outra pessoa como a mãe/pai/ babá que participem dos cuidados com o bebê.

Também podem ser “Manias” que os bebês desenvolvem para adormecerem ou simplesmente para se confortarem em alguns momentos do dia.

Sabe aqueles bebês que para dormir ficam mexendo numa mexa de cabelo, ou mexendo na orelhinha, ou ainda em alguma parte do corpo da mãe?
Ou que chupam um ou vários dedos, esfregam uma fraldinha no rosto? É isso!

Eu conheço uma mãe que os seus dois filhos punham o dedo no nariz dela para dormir! Rsrs de verdade!!

Bom, mas independente de qual seja o objeto (ou parte do corpo) eleito pela criança, o seu papel é muito maior do que simplesmente “representar ou substituir a mamãe”.

Tentando não complicar muito:
Segundo Winnicott, no início da vida, o bebê acha que ele e a mãe são um só, e que o seio materno é parte dele também.

Cabe a mamãe, aos poucos e no tempo certo, ir estabelecendo uma distância do bebê com o seio, onde ele passará a perceber que o seio não é parte dele.

Que a mamãe o oferece, ele usufrui de tudo o que representa o seio materno, mas não o controla.

E é dessa forma que o objeto transacional representa a autonomia e liberdade para o bebê, já que ele controla quando pegar o objeto, qual a distância quer ficar dele, diferente do seio materno, sob o qual não tem controle (e que, segundo Winnicott, não deve ter mesmo, a partir de certo momento).

É extremamente saudável os bebês elegerem um objeto transacional, porém não é obrigatório.

A partir do 4° mês, período em que os bebês já interagem com o mundo a sua volta, que coincide com o período em que já é possível (e recomendado) a mamãe ir trabalhando e construindo uma rotina para o bebê, inclusive em relação às mamadas, que os bebês podem se mostrar interessados em eleger algum objeto/mania.

Minha amiga, vale dizer que o objeto será eleito pelo bebê e não pela gente. Claro que não podemos permitir nada que atente contra a segurança do bebê, como brinquedos com partes que se soltam, ou cobertores/travesseiros mais pesados.

Eles não gostam muito, mas por uma questão de higiene e saúde, os objetos precisam ser lavados com alguma regularidade.

Até quando é considerado “normal” a criança usar o objeto de transição?
Eu não encontrei unanimidade quanto ao prazo para as naninhas e afins…

Uns falam que não podemos ou não devemos tirar da criança de jeito nenhum. Que naturalmente, quando ela tiver desenvolvido outros recursos sociais e emocionais, ela mesma vai abandoná-lo.
Outros dizem que, após os dois anos devemos começar a incentivá-las a perder esse hábito.

O que foi unânime: observe e cuide se perceber uma excessiva dependência do objeto ou mania em questão. Na dúvida, procure e converse com um psicólogo.

E se seu bebê não eleger um objeto transacional, ou uma “mania”, tem algo de errado com ele? Não!! Fique em paz.

Agora se você me perguntar se, na prática eles ajudam mesmo, a minha resposta para você é: SIM, com toda certeza!

Ajuda no momento em que você for começar o trabalho de desvincular o peito do sono do seu bebê. Você dá colo, acolhimento, carinho, toque, e… a super naninha!!
Também costuma ser bem importante naquele momento em que você já está treinando seu bebê a dormir no bercinho dele. Você dá colo, acolhe, faz todo o ritual e põe sonolento no berço junto com a nossa amiga naninha.

Vale insistir e tentar várias! Observe o seu bebê durante as atividades e brincadeiras, ofereça brinquedos e objetos seguros e que possam, quem sabe, ser promovidos a naninhas.

Alguns bebês e crianças maiorezinhas podem eleger mais de um objeto ou “manias”, e usá-los juntos ou, cada hora lançar mão de um.

Não se espante se perceber alguns comportamentos mais agressivos ou de abandono temporário do seu bebê em relação à sua naninha… é super esperado e normal também.

Nunca dê sumiço, ou esconda a naninha do seu filho.

Se achar que é hora da naninha sair de cena, vá construindo isso com seu filhote aos poucos e respeitando o tempo dele/dela.

Pois bem, minha querida companheira de jornada, resumindo a nossa conversa de hoje:
A naninha é SIM normal e é SIM um ótimo recurso que, se for bem aproveitado, trará muitos benefícios para o desenvolvimento saudável do seu bebê.

Além de ajudar muito no processo de educação do sono do bebê e consequentemente na manutenção da SUA saúde mental, como a exausta “mamãe zumbi”.

Lembra que, se achar que essa estrada está muito difícil de ser caminhada sozinha, eu posso caminhar do teu lado, e te ajudar com o sono do seu bebê de 0 a 2 anos. Clica aqui para conhecer mais sobre a minha consultoria individualizada.

A gente vai se encontrando!
Bjos e até

ligia coimbra

 

Lígia Coimbra é especialista em sonos de bebês e crianças.

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E conheça também o “Recém-Mamãe Sono”– muito mais que uma consultoria.

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